
Existe um comportamento muito comum no mundo dos negócios: deixar passar uma boa oportunidade, esperando a oportunidade perfeita.
Podemos observar esse dilema em negociações imobiliárias de grande porte do ponto de vista do locatário ou dono do imóvel. Muitas vezes, temos uma ótima proposta na mesa e, na busca por um valor mais elevado, em vez de ceder oferecendo carência ou uma redução no preço, acaba-se perdendo a oportunidade na esperança de encontrar algo mais rentável. Esse é o típico caso de quem deixa o bom escapar, na ilusão de que o ótimo está logo ali — e acaba com o imóvel parado, sem rentabilizar o ativo.
Na teoria da decisão em gestão estratégica, já se dizia: “o ótimo é inimigo do bom”. E no mercado imobiliário corporativo, essa máxima se aplica com força. Negociações envolvem múltiplos fatores — localização, preço, carência, prazo, infraestrutura, risco, retorno — e, especialmente para aqueles que estão em busca de um ativo, nem sempre todos esses elementos estão perfeitamente alinhados ao mesmo tempo. Pode acontecer de a prudência extrema levar à perda do “timing”. E esse tempo, que poderia ser um aliado e se reverter em ganhos, torna-se o grande vilão. Quanto mais se espera pelo “negócio ideal”, maior o risco de não fazer negócio.
Obviamente que cautela e análise são fundamentais. Mas no final do dia, o que diferencia aquele que realiza bons negócios é a capacidade de enxergar valor no que está diante dos olhos — e tomar a decisão na hora certa. A boa negociação não é aquela que arranca o último centavo da outra parte, mas a que equilibra valor, prazo, risco e retorno.
Nesse contexto, o real bem aproveitado vale mais do que o ideal que nunca chega.
Pense nisso.




